Quando me vi sozinha hoje em casa, me senti no meio de uma guerra dentro de mim. Não sabia exatamente o que sentia; dor, raiva, medo, ciúme, saudade… a única coisa que fui capaz de compreender é que não era uma boa sensação, não eram sentimentos bons.
Fiz o possível para manter a calma, mas parecia quase impossível. O conjunto de sensações e sentimentos negativos acumulados dentro de mim mal me deixava pensar. Não havia modo de entender o que se passava.
Essas guerras sempre foram parte do que sou. Só que estão cada vez mais frequentes. Não sei quanto tempo mais conseguirei aguentar com elas dessa forma. Sinto-me tão perdida, tão insegura, tão incapaz.
O meu problema é que eu não dediquei tempo suficiente para me tornar eu. Passei muito tempo vivendo na sombra de outras pessoas e esqueci-me de viver minha própria imagem. E agora me sinto assim; um ser humano desprezível e desprezado, acumulando dores e amarguras dentro de algum lugar onde se armazena os sentimentos.
Por ser um ser humano inseguro, sinto constante necessidade de ser cuidada e acalentada por alguém, mas não há homem ou mulher que possa fazer isso. Nem a mulher que me trouxe à vida nem a que me ensinou o que é uma companheira e amante. Mas… eu sinto necessidade em estar com elas e absorver tudo o que possam me dar.
A mulher que eu amo, talvez o motivo desta guerra, tem um quê de especial, poderia descrevê-la nos mínimos detalhes. Dizer o quanto gosto quando sua boca se encosta na minha ou quando me sinto alegre ao vê-la sorrir, mas também poderia dizer o quanto eu morro quando não a vejo e quando eu tenho medo que me traia. Eu a quero para mim.
Muitas vezes tentei desatar meu romance com ela apenas por medo. Medo de ser deixada, esquecida, trocada ou abandonada. Eu realmente a amo e, isso acaba me deixando perdida e vulnerável.
Talvez por não vê-la constantemente eu sinta uma necessidade ainda maior do seu toque. Eu a quero para minha vida, para ser a mulher ao meu lado. Talvez esteja me iludindo ao pensar isso, mas “nós somos feitos da matéria dos nossos sonhos”.
Ah! Como eu queria que dispuséssemos de mais tempo para nos dedicar a este amor.
Durante essa guerra entre mim e mim mesma creio que tenha tirado alguma moral, talvez até mais. Quero, a partir de agora, me dedicar ao presente. Percebi que logo posso perder o que mais considero precioso em minha vida; o amor de quem eu amo.
Hoje eu a queria ao meu lado, em combate nessa guerra que eu permiti que começasse.